Review - CQC 15/03/2010

A terceira temporada do CQC finalmente foi ao ar ontem, apostando na repaginação e rotatividade para dar um frescor no "resumo semanal de notícias" da Band. Para não perder o costume, o programa também já estreou em meio a uma polêmica.

Mas antes, verifiquemos como o programa voltou, começando pela identidade visual do programa. A abertura agora adotou cores claras, contrastando com o escuro de sempre, assim como o estúdio. Isso, entretanto, não impede o cenário mudar de atmosfera, como se pôde ver ao anunciar uma das novas atrações, o "Piores Notícias da Semana".

Uma coisa me incomodou demais nessa estréia, no aspecto estético do programa. A arte para o CG dos entrevistados - assim como para os repórteres - ficou num fundo preto com caracteres brancos, e o crédito das fontes - a profissão de quem é entrevistado - ficou em cor vermelha. Ficou muito difícil de ler com esse contraste.

Pior ainda ficou no Top Five. Antes do vídeo qualificado aparecer na tela, surge aquela maquinaria vermelha sobre o fundo preto. Parece filme de terror! E me parece com um wallpaper de um jogo que JAMAIS vou jogar, "Dead Space"!!!!! Veja o vídeo e compare com o papel de parede em questão e diz aí: tem nada a ver CQC com o jogo! Ficou mórbido demais, não condiz com a premissa do programa, de escrachar com políticos e celebridades.



Fica parecendo uma caça às bruxas. TENSO.


Fora esse problema visual, o programa voltou com o humor irônico habitual. Contando com uma miscelânea de quadros novos com novas esquetes, e a segunda-feira finalmente passa a ser suportável volta a ter aquela válvula de escape de fim de noite.

Quanto aos quadros novos, faltou sustância e autenticidade. O "Trabalho Forçado", embora tenha sido hilário - Suplicy querendo ver o jogo do Santos no meio do expediente como garçom me fez rachar o bico -, nada mais é que uma cópia mais ácida do "Tira Onda", do Multishow. E "Cidadão em Ação" é uma pegadinha com teor crítico, já que dessa vez é a população que é cobrada para tomar atitudes dignas de um cidadão.

Além disso, o "Luque Responde" me pareceu fora do contexto. Enquanto os repórteres abordam temas recorrentes - Felipe Andreoli e Oscar Filho cobriram a Fórmula Indy e Rafael Cortez abordou a posse de Sebastián Piñera na presidência do Chile, por exemplo -, ele responde como os peixes respiram embaixo d'água ou por que as pirâmides foram construídas. Fora que as respostas são bem medíocres. Vejam abaixo:



A rotatividade esteve presente apenas em parte. Se ano passado o "Barnabé de Santo André" Danilo enchia os políticos de indagações e olhares de "ingenuidade" ao cinegrafista Pederneiras, quem invadiu Brasília foi a "exterminadora" Mônica Iozzi, a surpresa da edição no quadro "Controle de Qualidade".

Em seu semestre de estréia no ano passado, a "caipira" de Ribeirão Preto mostrava-se nervosa frente às câmeras e sempre dava o "golpe"do flerte nos entrevistados, para garantir atenção destes. Dessa vez ela aparece mais segura e sabendo se posicionar diante da fachada demagógica dos políticos, seja por bem ou por mal. Exemplos pra ilustrar? É só conferir quando ela conversa com ACM Neto e Paulo Maluf.

(AINDA NÃO ENCONTREI NO YOUTUBE, DEPOIS POSTO AQUI!)

Confesso, entretanto, que Mônica me pareceu um tanto prepotente em certas partes do quadro. Mas isso não diminui o progresso dela. E o fato de terem parodiado "Exterminador do Futuro" deve justificar tal atitude. Não tiro o mérito não! Esse quadro é a cara do CQC e a edição está muito boa. A câmera subjetiva, apontando as vítimas de Mônica foi muito válida. Resta saber se continua nas próximas edições, ou se a cada programa ela muda de abordagem. Ah, e ela fez o Jose Genoíno falar com o programa!!! Como?, vocês perguntam. Fazendo que nem ele, falando nada, mas com o microfone na boca dele. Já é épico!

Senti muita falta, contudo, do "Proteste Já", pra ver como Danilo Gentili se sairia nesse quadro mais sério no lugar do Rafinha Bastos. Por conta de uma ação judicial, o programa não pôde mostrar o quadro, que mostrava uma TV (com um GPS) que a princípio foi doada para uma escola da cidade de Barueri, mas acabou sendo encontrada posteriormente na casa da DIRETORA da escola. VERGONHA.

Azar da prefeitura de Barueri, que está dando lenha pro assunto. Por que não encarar o problema de frente, ao invés de se esconder debaixo da liminar concedida pela juíza Nilza Bueno Silva. Só está dando propaganda gratuita ao programa. Continuem assim, prefeitura de Barueri! O facho se quebra, mais dia menos dia.

Em suma, com uma volta aos trancos e barrancos, o CQC ainda conta com o fator acidez para tomar conta das segundas. Resta saber se os quadros novos conseguem sobreviver, enquanto as reportagens continuem com a fluidez de apenas dois anos de existência.

Nota: 7,8

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