Um Programa Alternativo Obrigatório

Logo após o festival de pão e circo que é e sempre foi com a Copa do Mundo, os brasileiros não devem esquecer que ocorrem as eleições. Isto é, nota-se um efeito oposto ao do evento esportivo para "unir as pessoas de nossa nação" (parafraseando o sábio James, o vilão da Equipe Rocket de Pokémon, huahauhauha) em que somos sugados à frente da TV para ver e rever as últimas jogadas em câmeras de alta definição (e irritante lentidão).

Ao invés disso, na campanha eleitoral radiofônica e principalmente televisiva, temos inúmeros momentos de vergonha alheia, performada por candidatos a presidente, governador, senador e deputados federal e estadual. Sinceramente, não sei se tenho raiva ou pena de publicitários que enveredam este ramo, tendo em vista que é difícil convencer eleitores com montagens que beiram ao ridículo.

De fato, é inevitável não deixar de acompanhar campanhas eleitorais, principalmente na TV. Um posicionamento estratégico que devo reconhecer é botar tais "programetes" diariamente no horário das refeições, enquanto a população revê os fatos mais relevantes do dia. Contudo, se a premissa era persuadir o voto com o formato usado nessas - e outras - propagandas, devo frisar que o máximo que podem arrematar é chateação e gargalhadas involuntárias.

Primeiramente, sinto-me enojado de ver cenas como a dos presidenciáveis folheando relatórios e assinando papéis avulsos em seus gabinetes, enquanto uma voz em off - que pode até exprimir um pouco de convicção - narra feitos históricos e sua carreira no passado (com omissões indispensáveis, é óbvio). No entanto, não é o locutor que está concorrendo, e me deixa constrangido a falta de tato dos candidatos falando diretamente para a câmera, esboçando sorrisos amarelos, praticamente implorando por votos. Onde estão os projetos, as resoluções? Só se ouve críticas aos partidos concorrentes e réplicas às patadas. Como contribuirão ao país e não esquecer o que prometeram?

Em seguida é necessário ressaltar os pobres coitados (ou não) que, fantasiando-se de personalidades ou se apresentando com nomes e apelidos duvidosos, aventuram-se pelos quinze segundos de fama, almejando lugares ao sol da tranquilidade financeira. Não só ocupam tempo, como disparam chavões de reforma política, combate à corrupção para conquistar parcos votos e, pior, sequer conseguem disfarçar os olhos vidrados no teleprompter. Um humor involuntariamente constrangedor.

Deixo assim minha percepção de que a propaganda eleitoral de forma alguma é fator determinante na escolha de candidatos. Determina, ao invés disso, um processo precário para construir o perfil plausível de pessoas que teoricamente trabalharão em prol de um país melhor. Enquanto isso não acontece, agradeço por ter televisão por assinatura.

*Este texto foi uma redação que fiz prum simulado do cursinho, que pedia para escrever um artigo de opinião falando da influência da propaganda eleitoral na escolha do voto. Algumas alterações foram feitas para colocar no blog, para deixá-lo mais crítico. Por isso pode soar meio superficial.

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